Tribe of Judah – Exit Elvis [2002]

Tribe of Judah é a banda que o vocalista do Extreme – Gary Cherone – acompanhado do tecladista Steve Ferlazzo, os também na época ex-Extreme Mike Mangini na bateria e Pat Badger no baixo e o guitarrista Leo Mellace, fundou após sua fracassada passagem pelo Van Halen entre 1996/1998.

Com um nome que é originário da Bíblia e faz uma alusão a uma das doze tribos de Israel, oriundas dos filhos de Jacó, a banda lançou o álbum Exit Elvis em 22/10/2002, que ao ouvir pela primeira vez eu simplesmente ODIEI. Minha vontade foi mandar o Gary aproveitar essa arma engatilhada em sua cabeça, mostrada na capa do álbum, e usar, porque depois de lançar algo nesse nível, só mesmo se matando! Porém, como sou fã do Extreme, tentei dar um crédito ao cara e procurei re-ouvir várias vezes na tentativa de ser um pouco mais benevolente.

Musicalmente falando, esse som continua não me agradando. É uma mistura de música eletrônica sampleada com diversos gêneros musicais, incluindo jazz, rock, blues e até mesmo música indiana. Psicodélico demais para o meu gosto. Muito barulho! As faixas “Suspension of Disbelief”, “My Utopia”, “In My Dreams”, “Left for Dead”, “Exit Elvis” e “Celibate” mostram claramente essa mistureba. “Ambigous Headdress” até me recordou o extinto grupo Enigma! “Thanks for Nothing" é um pouco mais Rock N’ Roll e dá até pra lembrar um pouquinho que o sujeito é vocalista do Extreme. Bom, a mais legal é a faixa “2+2” que na verdade nem é uma música, mas sim uma menininha recitando um poema.

Entretanto, apesar de melodicamente não fazer a minha cabeça, as letras são intrigantes e mostram um compositor expressando toda a sua religiosidade de forma controversa. Desde que eu vi o nome da banda veio a minha mente “ou esse cara é Cristão ou então é Judeu”. Logicamente, eu me dei ao trabalho de pesquisar e descobri que de forma professa, ele se encaixa na primeira opção.

Apesar de não ser um álbum religioso, as letras só falam disso. Embora polêmicas, as faixas foram compostas a partir de uma perspectiva baseada na fé do compositor. Argumentam sobre o livre arbítrio do homem, fazem suposições sobre o que poderia ser um mundo sem Deus, discute a opinião de muitos que acham que todas as religiões são iguais ou todos os caminhos levam a Deus, e a canção “East of Paradise” demonstra uma total entrega de sua alma ao Todo-Poderoso. Até mesmo a capa do álbum, segundo o próprio Gary em entrevista a Rolling Stones, é uma ilustração do livre arbítrio que Deus deu à humanidade para que esta pudesse fazer o que bem entendesse. Depois dessa incursão em suas letras, até comecei a olhar o álbum com outros olhos, ou, melhor dizendo, a ouvi-lo com outros ouvidos.

Críticos da Boston Review e Whiplash.net falaram muito bem do CD; acharam que o Gary acertou na mosca e chegaram a dar nota 8. Para mim, nota 5 com muita boa vontade, mas ai já é uma questão de gosto. Afinal de contas, como diriam os mais antigos: “O que seria do amarelo se todos gostassem do azul?”.

Confira e decida você mesmo o que acha; mas não espere o Hard Rock ou Funk Metal do Extreme... Está muito longe disso!

Gary Cherone - vocais
Pat Badger - contrabaixo
Mike Mangini - bateria

Leo Mellace - guitarras
Steve Ferlazzo - teclados, sintetizadores

Faixas:

01. Left for Dead
02. No One
03. East of Paradise
04. Thanks for Nothing
05. Celibate
06. Ambiguous Headdress
07. In My Dreams
08. 2 + 2
09. Suspension of Disbelief
10. My Utopia (Anthropolemic)
11. Exit Elvis

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LYN