O Ratos de Porão é uma das bandas mais importantes do Brasil, sendo uma das maiores representantes no mundo do Hardcore e do Crossover brasileiros, e até mesmo tendo boa reputação no exterior, vendendo um bom número de discos pelos Estados Unidos, Europa e Japão.
Para quem não sabe, a banda surgiu na época da explosão do movimento Punk aqui no Brasil, onde formavam-se bandas a cada esquina, com equipamentos bem podreiras e gravações piores ainda. Os Ratos têm uma importante posição não apenas no Brasil, mas também na América Latina, pois "Crucificados Pelo Sistema" foi o primeiro disco de Hardcore lançado por uma banda latina.
Indo alguns anos mais tarde, chegamos ao disco "Anarkophobia", que é o disco que lhes trago hoje, que difere um pouco dos discos anteriores, por ter uma pegada bem mais Thrash Metal que os anteriores, com riffs mais agressivos e crus, batidas mais rápidas e os inconfundíveis vocais de João Gordo estando mais gritados e pesados que o normal. O disco caiu nas graças do povo do Metal, principalmente para os fãs de Metal Extremo, mas infelizmente, foi motivo de chacota pelos fãs mais antigos da banda, que esperavam algo mais tradicional dentro do som dos caras.
O álbum foi gravado em Berlim (Alemanha) e produzido por Harris Johns, o que fez com que o álbum também saísse em uma versão mundial, com suas músicas traduzidas para o inglês, sendo a versão em português lançada apenas no Brasil. Hoje em dia esse LP é um dos materiais mais raros do grupo, sendo praticamente impossível de se encontrar em sua versão nacional. A internacional então, nem se diga...
Mas, o que vale mesmo nisso tudo, é que a banda estava à mil, com João Gordo gritando com todas as forças de seus pulmões; a guitarra de Jão estava mais pesada que o normal, lembrando as guitarras de bandas como Exodus e Slayer; o baixo e bateria de Jabá e Spaghetti quebrando tudo, com muita força e garra - o que nunca faltou para os Ratos. As letras também continuavam do mesmo jeito, com críticas políticas muito ferozes e muitíssimos palavrões, o que são as marcas registradas dos Ratos, e que pode se passar 50 anos, e eles nunca vão perdê-las.
Os destaques dessa pepita da música pesada ficam com "Contando os Mortos", "Ascenção e Queda", "Igreja Universal", a faixa-título e os covers de "Commando" (Ramones) e "Jardim Elétrico" (Mutantes), que ficaram muito bons e caíram como uma luva no instrumental pesado dos Ratos.
Um grande disco, mostrando o que é um bom Rock Pauleira nacional.
1. Contando os Mortos
2. Morte ao Rei
3. Sofrer
4. Ascenção e Queda
5. Mad Society
6. Ódio 3
7. Anarkophobia
8. Igreja Universal
9. Commando
10. Escravo da TV
11. Jardim Elétrico
João Gordo - Vocais
Jão - Guitarra
Jabá - Baixo
Spaghetti - Bateria
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Bruno Gonzalez