Até hoje é desconhecida a razão que justifique a saída de Vince Neil do Mötley Crüe. Enquanto Nikki Sixx diz que Neil saiu por livre e espontânea vontade, Neil afirma que foi demitido. De fato, o Crüe ficou desfalcadíssimo sem seu frontman, que embarcou em uma carreira-solo repleta de altos e baixos. Para ocupar a vaga de vocalista de uma das mais importantes bandas do Hard Rock oitentista, o promissor John Corabi (Angora, The Scream) foi convocado. E o resultado disso tudo é curiosíssimo: um disco completamente diferente do que tudo proposto pelo Crüe até então e vários acontecimentos negativos que culminaram na saída de John Corabi e no fracasso comercial relacionado às vendas e à turnê subseqüente. Mas nem sempre fracasso indica falta de qualidade, em vista das modificações ocorridas no mundo da música e da falta de apoio da mídia (principalmente da MTV, após Sixx ter socado um repórter da emissora). Com vocês, um apanhado que engloba toda a época de John Corabi enquanto vocalista e guitarrista do Mötley Crüe.
Originalmente entitulado "'Til Death Do Us Part", o disco auto-entitulado do Mötley Crüe foi lançado em 1994, quase 5 anos após o lançamento do último álbum de inéditas do grupo (e o mais bem-sucedido até hoje em toda sua carreira), "Dr. Feelgood". Mal começaram as composições e Vince Neil se desentendeu com Nikki Sixx, resultando em sua saída da banda. Entre os motivos citados por ambas as partes, estão a falta de interesse de Neil em relação ao grupo e a mudança de sonoridade proposta pelos outros membros, em decorrência da popularidade crescente do grunge e do alternativo.
John Corabi entrou para o grupo após Sixx declarar ser um grande fã do The Scream e, por mais que discordem, ele se mostrou um membro mais ativo e mais respeitável que Vince Neil, pois passou a colaborar nas composições e provou um talento incrível, tanto no processo criativo como no que diz respeito à música, com um vocal mais alto e poderoso que de Neil e com o adicional de tocar guitarra e compor em tal instrumento. Enquanto Neil colaborou pouquíssimo no Crüe no que diz respeito ao processo criativo, todas as músicas desse disco foram feitas por todos da banda (exceto Poison Apples, que contou com a colaboração do produtor Bob Rock) e todas as letras, por Sixx e Corabi.
Tudo isso gerou um disco fortíssimo, onde todos os integrantes atingiram patamares inimagináveis quando o assunto é música. As letras deixaram de falar apenas de sexo, drogas e rebeldia juvenil para abordar assuntos como a situação deprimente do mundo, a censura imposta pelo governo sob a música e até mesmo a morte. Instrumentos diferentes como mandolin, baixos de 6 cordas, sitar e violões (acredite, pouco abordados no som do Crüe) passaram a ser utilizados. Tal progresso pode ser notada nas pauleiras Smoke The Sky, Hooligan's Holiday e Power To The Music bem como nas belíssimas baladas Loveshine e Driftaway e na faixa que considero a melhor do disco: Misunderstood.
Apesar do álbum faturar disco de ouro nos Estados Unidos e estrear em 7° lugar nas paradas americanas, o fracasso relaciona-se com os trabalhos antecessores, visto que estes recebiam o título de multi-platina ("Dr. Feelgood" chegou à 7ª platina nos Estados Unidos e à 3ª no Canadá) e suas turnês lotavam estádios, enquanto a com Corabi regressava à teatros e espaços menores.
No entanto, caro leitor, se você espera ouvir um Hard Rock festeiro e descompromissado que o Mötley Crüe fez até 1989 e só resgatou ano passado com "Saints Of Los Angeles", descarte a possibilidade do download. Mas se você tem mente aberta, procura conhecer outros estilos e, principalmente, aprecia música de qualidade, confira já um dos melhores discos feitos após a decadência do Hard Rock.
John Corabi entrou para o grupo após Sixx declarar ser um grande fã do The Scream e, por mais que discordem, ele se mostrou um membro mais ativo e mais respeitável que Vince Neil, pois passou a colaborar nas composições e provou um talento incrível, tanto no processo criativo como no que diz respeito à música, com um vocal mais alto e poderoso que de Neil e com o adicional de tocar guitarra e compor em tal instrumento. Enquanto Neil colaborou pouquíssimo no Crüe no que diz respeito ao processo criativo, todas as músicas desse disco foram feitas por todos da banda (exceto Poison Apples, que contou com a colaboração do produtor Bob Rock) e todas as letras, por Sixx e Corabi.
Tudo isso gerou um disco fortíssimo, onde todos os integrantes atingiram patamares inimagináveis quando o assunto é música. As letras deixaram de falar apenas de sexo, drogas e rebeldia juvenil para abordar assuntos como a situação deprimente do mundo, a censura imposta pelo governo sob a música e até mesmo a morte. Instrumentos diferentes como mandolin, baixos de 6 cordas, sitar e violões (acredite, pouco abordados no som do Crüe) passaram a ser utilizados. Tal progresso pode ser notada nas pauleiras Smoke The Sky, Hooligan's Holiday e Power To The Music bem como nas belíssimas baladas Loveshine e Driftaway e na faixa que considero a melhor do disco: Misunderstood.
Apesar do álbum faturar disco de ouro nos Estados Unidos e estrear em 7° lugar nas paradas americanas, o fracasso relaciona-se com os trabalhos antecessores, visto que estes recebiam o título de multi-platina ("Dr. Feelgood" chegou à 7ª platina nos Estados Unidos e à 3ª no Canadá) e suas turnês lotavam estádios, enquanto a com Corabi regressava à teatros e espaços menores.
No entanto, caro leitor, se você espera ouvir um Hard Rock festeiro e descompromissado que o Mötley Crüe fez até 1989 e só resgatou ano passado com "Saints Of Los Angeles", descarte a possibilidade do download. Mas se você tem mente aberta, procura conhecer outros estilos e, principalmente, aprecia música de qualidade, confira já um dos melhores discos feitos após a decadência do Hard Rock.
01. Power To The Music
02. Uncle Jack
03. Hooligan's Holiday
04. Misunderstood
05. Loveshine
06. Poison Apples
07. Hammered
08. 'Til Death Do Us Part
09. Welcome To The Numb
10. Smoke The Sky
11. Droppin' Like Flies
12. Driftaway
John Corabi - vocal, guitarra-base, violão, baixo de 6 cordas
Mick Mars - guitarra-solo, violão, baixo de 6 cordas, mandolin, sitar, backing-vocals
Nikki Sixx - baixo, piano, teclado, backing-vocals
Tommy Lee - bateria, percussão, piano, backing-vocals
Se você achou que o self-titled logo acima se divergia muito do som da banda, prepare-se pra viagem musical que é o EP "Quaternary". Com tiragem limitada de 20 mil cópias apenas para quem comprasse o disco auto-entitulado, esse EP é quase um "going solo" resumido dos integrantes: cada um fez uma faixa da forma que bem entendeu e, ao fim, os 4 se juntaram para uma música final.
Pode-se facilmente notar quem fez cada faixa, pois cada uma expressa as tendências e o estilo de cada integrante. Planet Boom é um hip-hop composto por Tommy Lee, onde o mesmo dá o ar da graça nos microfones. Bittersuite é um belíssimo instrumental produzido por Mick Mars, onde a guitarra é colocada em primeiro plano, sem vocais - minha predileta da gravação. Father retrata a psicodelia sempre abordada por Nikki Sixx quando possível, e ele também assume o vocal, dividindo-o com John Corabi. Friends é uma linda balada composta apenas no teclado, feita e cantada por Corabi, abordando uma emoção e um feeling de se tirar o chapéu. No fim, todos se unem para a pancada Babykills, que deveria estar no full-lenght sem a menor dúvida.
A mesma dica do texto anterior permanece: se você espera ouvir um Hard Rock festeiro e descompromissado que o Mötley Crüe fez até 1989 e só resgatou ano passado com "Saints Of Los Angeles", descarte a possibilidade do download. Mas se você tem mente aberta, procura conhecer outros estilos e, principalmente, aprecia música de qualidade, confira já esse EP que vai garantir um passeio por diferentes gêneros musicais.
Pode-se facilmente notar quem fez cada faixa, pois cada uma expressa as tendências e o estilo de cada integrante. Planet Boom é um hip-hop composto por Tommy Lee, onde o mesmo dá o ar da graça nos microfones. Bittersuite é um belíssimo instrumental produzido por Mick Mars, onde a guitarra é colocada em primeiro plano, sem vocais - minha predileta da gravação. Father retrata a psicodelia sempre abordada por Nikki Sixx quando possível, e ele também assume o vocal, dividindo-o com John Corabi. Friends é uma linda balada composta apenas no teclado, feita e cantada por Corabi, abordando uma emoção e um feeling de se tirar o chapéu. No fim, todos se unem para a pancada Babykills, que deveria estar no full-lenght sem a menor dúvida.
A mesma dica do texto anterior permanece: se você espera ouvir um Hard Rock festeiro e descompromissado que o Mötley Crüe fez até 1989 e só resgatou ano passado com "Saints Of Los Angeles", descarte a possibilidade do download. Mas se você tem mente aberta, procura conhecer outros estilos e, principalmente, aprecia música de qualidade, confira já esse EP que vai garantir um passeio por diferentes gêneros musicais.
01. Planet Boom
02. Bittersuite
03. Father
04. Friends
05. Babykills
John Corabi - vocal, guitarra-base, teclado
Mick Mars - guitarra-solo, backing-vocals
Nikki Sixx - baixo, backing-vocals
Tommy Lee - bateria, backing-vocals
Como já disse, a turnê para o disco "Mötley Crüe" foi um fracasso: passou de estádios para teatros e locais menores. Chegou a ter alguns shows cancelados, por conta dos prejuízos. Mas, como também já disse, a fase com John Corabi representa a fase de maior habilidade da banda no quesito musical.
Obviamente as readaptações das músicas com Corabi ficaram diferentes, pela voz do indivíduo ser um pouco mais grave e bem mais rasgada. Mas é fato que Corabi deu sangue novo aos integrantes e às músicas, tanto as mais recentes até então quanto as mais antigas, da época com Vince Neil. Apesar de Neil ter sido (e ainda ser) parte importante no Crüe, ter um carisma impressionante e uma voz única, a diferença entre ambos os vocalistas pode ser notada facilmente nas músicas da época de Neil, pois Corabi canta com uma disposição de dar inveja, provando eficiência no microfone e uma incrível potência em sua voz, enquanto Neil muitas vezes se caga pra cantar algumas músicas e pula várias palavras da letra em decorrência da falta de ar. E é como dizem: uma banda só é banda se tiver capacidade de se sair bem no palco - e isso o Mötley Crüe com o mr. Crabby tirou de letra.
Em relação às músicas "novas", são dignas de destaque Loveshine, Misunderstood, Hooligan's Holiday e Power To The Music, que ganharam uma energia muito boa na execução ao vivo. Para as antigas, destaco as versões de Live Wire, Kickstart My Heart e Primal Scream, bem como as readaptações acústicas para Don't Go Away Mad (Just Go Away) e, principalmente, Home Sweet Home - que ficou simplesmente perfeita no violão e com direito à uma gaita malandra. E antes que eu me esqueça, a versão de Revolution para o clássico do The Beatles também ficou do caralho.
Apesar da gravação ser de audiência, a qualidade está bem legal, com todos os instrumentos audíveis e sem falhas. Confira!
Obviamente as readaptações das músicas com Corabi ficaram diferentes, pela voz do indivíduo ser um pouco mais grave e bem mais rasgada. Mas é fato que Corabi deu sangue novo aos integrantes e às músicas, tanto as mais recentes até então quanto as mais antigas, da época com Vince Neil. Apesar de Neil ter sido (e ainda ser) parte importante no Crüe, ter um carisma impressionante e uma voz única, a diferença entre ambos os vocalistas pode ser notada facilmente nas músicas da época de Neil, pois Corabi canta com uma disposição de dar inveja, provando eficiência no microfone e uma incrível potência em sua voz, enquanto Neil muitas vezes se caga pra cantar algumas músicas e pula várias palavras da letra em decorrência da falta de ar. E é como dizem: uma banda só é banda se tiver capacidade de se sair bem no palco - e isso o Mötley Crüe com o mr. Crabby tirou de letra.
Em relação às músicas "novas", são dignas de destaque Loveshine, Misunderstood, Hooligan's Holiday e Power To The Music, que ganharam uma energia muito boa na execução ao vivo. Para as antigas, destaco as versões de Live Wire, Kickstart My Heart e Primal Scream, bem como as readaptações acústicas para Don't Go Away Mad (Just Go Away) e, principalmente, Home Sweet Home - que ficou simplesmente perfeita no violão e com direito à uma gaita malandra. E antes que eu me esqueça, a versão de Revolution para o clássico do The Beatles também ficou do caralho.
Apesar da gravação ser de audiência, a qualidade está bem legal, com todos os instrumentos audíveis e sem falhas. Confira!
01. Hooligan's Holiday
02. Live Wire
03. Live Wire (Continued)
04. Shout At The Devil
05. Wild Side
06. Power To The Music
07. Hammered
08. Uncle Jack
09. Tommy Lee Drum Solo
10. Dr. Feelgood
11. Misunderstood
12. Kickstart My Heart
13. Don't Go Away Mad (Just Go Away)
14. Revolution
15. Loveshine
16. Home Sweet Home
17. Primal Scream
John Corabi - vocal, guitarra-base, violão
Mick Mars - guitarra-solo, violão, backing-vocals
Nikki Sixx - baixo, backing-vocals
Tommy Lee - bateria, backing-vocals
Silver