Hoje, pra vocês, um dos ápices do metal brasileiro: SHAMAN!
RITUAL [2003]
"Ritual", lançado em 2002, foi o ponto inicial para o Shaman, que contava com o grande Andre Matos, Ricardo Confessori e os irmãos Mariutti (Hugo entrou logo após da formação, enquanto Luís estava junto dos parceiros desde o Angra). Contando com a sempre competente produção de Sascha Paeth (produtor de trocentas bandas e guitarrista do Heaven's Gate) e as inúmeras participações ilutres de nomes como Derek Sherinian, Tobias Sammet e Miro; "Ritual" possui 10 excelentes faixas que se tornaram clássicos do Power Metal.
Desde a abertura épica com Ancient Winds, o disco não fraqueja, mostrando seu poderio. Here I Am, Distant Thunder, For Tomorrow, a power-ballad Fairy Tale e Pride são canções rápidas e pesadas que grudam na cabeça e simplesmente, não se esquece. No mais, o disco é inteiramente muito bom.
RITUALIVE [2003]
O disco de estréia do grupo, "Ritual", já dispensa apresentações por um genuíno disco de Heavy Metal com generosas pitadas melódicas. Mas a reprodução do disco inteiramente ao vivo, contando com participações especiais de Tobias Sammet (Edguy), Marcus Viana (Sagrado Coração da Terra), Andi Deris e Michael Weikath (Helloween), Sascha Paeth (Heaven's Gate, Aina) e George Mouzayek, consolida "RituAlive" não só como uma das maiores peças do Shaman como do metal brasileiro em si, ainda mais por ter sido realizado em pleno início de século XXI, mesmo com o metal já não brilhando mais como antigamente no mundo, e menos ainda em terras tupiniquins.
A gravação de "RituAlive" se deu no dia 5 de abril de 2003, num sábado, na casa de shows Credicard Hall, São Paulo. Percebe-se facilmente como os integrantes são competentes nas performances ao vivo, visto que as músicas foram executadas de forma impecável, sem firulas adicionais e improvisos desnecessários, com a energia que um show de metal proporciona ao público. Andre Matos simplesmente brilha com sua potente voz, enquanto os irmãos Mariutti dão uma pitada agressiva ao som e Ricardo Confessori proporciona uma percussão incrivelmente bem-trabalhada.
Destaco as maravilhosas For Tomorrow, Here I Am, Ritual, Blind Spell e Fairy Tale; as canções escolhidas do Angra (Carry On e Lisbon); além das faixas que contaram com participações especiais, como Sign Of The Cross, Pride e a clássicas das clássicas, Eagle Fly Free. Ao ouvir tal pérola, afirma-se com segurança que "RituAlive" é uma das melhores gravações ao vivo do metal brazuca!
REASON [2005]
O Reason é o segundo e último disco do Shaman. Agora, se declaram "Shaaman", pois já havia uma banda chamada Shaman e o "conselheiro espiritual" da banda aconselhou o outro A por motivos diversos.
Muito diferente do Ritual, o Reason é um álbum mais cru. Deixando de lado grande parte das influências powermetalísticas, o pau come solto em grande parte do disco. Turn Away e Born To Be são grandes exemplos de que o heavy metal se dá bem mesmo com a melodicidade característica dos sons de Andre Matos. Innocence dispensa comentários, sendo uma das grandes faixas do disco.
Apesar de não ter sido muito bem aceito pela crítica e pelos fãs, não é um trabalho entregue ao espectador "de mão beijada" como o ritual. Reason precisa de análise e paixão para ser apreciado. Não espere muita coisa se não estiver disposto a decrifrá-lo.
Muito diferente do Ritual, o Reason é um álbum mais cru. Deixando de lado grande parte das influências powermetalísticas, o pau come solto em grande parte do disco. Turn Away e Born To Be são grandes exemplos de que o heavy metal se dá bem mesmo com a melodicidade característica dos sons de Andre Matos. Innocence dispensa comentários, sendo uma das grandes faixas do disco.
Apesar de não ter sido muito bem aceito pela crítica e pelos fãs, não é um trabalho entregue ao espectador "de mão beijada" como o ritual. Reason precisa de análise e paixão para ser apreciado. Não espere muita coisa se não estiver disposto a decrifrá-lo.
IMMORTAL [2008]
Há algum tempo, rodou por aí a história de que Ricardo Confessori, baterista da banda e colega de Luís Mariutti (baixo) e Andre Matos (vocal) desde os tempos do velho Angra, estava abusando de drogas na turnê do Reason, por volta de 2005, pois suas performances estavam deficientes. Por isso, depois de várias reuniões da banda, decidiu-se por demitir Confessori. Porém, no início da banda, foi o próprio quem ficou responsável pela papelada... e pelo nome da banda. Quem demitiu foi ele, ficando único na banda, e contratando em seguida os músicos Thiago Bianchi (Karma) nos vocais, Léo Mancini (ex-Tempest) nas guitarras e Fernando Quesada no baixo.
Confessori, em entrevistas antes do lançamento, disse que o Immortal resgataria o antigo Shaman do Ritual. Mero engano. Não há nenhuma música daquelas que faz você cantarolar no banho ou no ônibus de tão melosas. Mesmo assim, é um trabalho bom. Finalmente uma canção totalmente acústica como The Yellow Brick Road, um dos pontos altos do disco, com uma percussão marcante e os belos vocais de Bianchi, que apesar de variar muito seu estilo, faz um bom trabalho ao longo do disco inteiro. Músicas como Strengh, com um riff violentíssimo, e Tribal By Blood, muito pesada, mostram a técnica de Léo Mancini, que veio de um cenário hard rock e trouxe muita criatividade para a banda. Immortal mostra que o estilo de Confessori foi reinventado, agora mais maduro. One Life, além de uma puta introdução, deu espaço para que Quesada mostrasse que a nova geração também sabe fazer um som de boa qualidade. As linhas de baixo da música são excelentes!
O velho Shaman morreu, mas o novo nasceu e não é nada mal. ;)
Por Alvye, Silvye e Lovye :D